Gestão 1983 a 1995 - JAIRO DE MORAIS GIANOTO

     DISCURSO DE POSSE DE JAIRO GIANOTO EM 11 DE MARÇO DE 1988

                                Retrata bem o início do Clube

Transcorriam os primeiros anos da década de 60. No Brasil, era marcante a turbulência da experiência parlamentarista. A economia saboreava os primeiros resultados nossa indústria automobilística, implantada por Juscelino, mas amargava expectativas obscuras quanto ao futuro do café, o carro chefe das exportações.

No Paraná o “neysmo” se implantava com vigor e as novas frentes colonizadoras, abertas a golpes do machado, faziam nascer cidades e mais cidades, pontilhando de marcas o mapa estadual no rumo Oeste. Em Maringá, o asfalto começava a cobrir as ruas poeirentas, o vestido-saco como moda importada e a juventude já experimentava a sensação curiosa do início de uma revolução cultural, que no mundo todo sacudiu estruturas conservadoras de comportamento.

Tudo isso era noticia na nossa imprensa tupiniquim. Aqui a “Folha do Norte do Paraná”, comandada por Dom Jaime, o “jornal de Maringá”, capitaneado pelo seu proprietário de então, o saudoso gaucho Ivens Lagoano Pacheco, e a humilde “Tribuna de Maringá”, heroicamente editada pelo obstinado e também saudoso Manoel Tavares, permeavam, entre notícias, com referências tímidas, como que não acreditando no empreendimento, que um grupo de pessoas trabalhava no lançamento de um novo clube social na cidade.

Corria o ano de 1962. A cidade já tinha o Clube Hípico, O Maringá Clube e o Country acabava de ser lançado. Tinha também a Socema, hoje Acema. Além desses, tinha, nos estertores de sua vida material, castigado e alquebrado pelo tempo, aquele que tinha sido o palco dos maiores carnavais dos anos 50 – o Aeroclube de Maringá – um gigante de madeira, no terreno onde hoje está construído o Supermercado Jumbo.

Bruno Lessio tinha um terreno, José Hugo Celidônio tinha carisma e grandes idéias. A fleugma, sisudez e respeitabilidade de Ivan Neves Pedrosa completaria o quadro, dando credibilidade ao lançamento. O problema era encontrar alguém que colocasse os títulos no mercado. Já um pouco saturado de opções para as classes A e B.

Antônio Messias Pimenta foi chamado então par cobrir esta lacuna, ele que já tinha provado sua ousadia e eficiência, ao patrocinar o lançamento de um loteamento novo, numa cidade cheia de terrenos vazios, e a colocar em toda região as então acreditadas ações da Editora Folha do Norte do Paraná, lançado pela diocese com a pompa de um novo “O Estadão”. E foi então que em março de 1963, nasceu o Clube Olímpico de Maringá, que só não se chamou Santa Gertrudes Country Clube porque não houve, em torno desse nome, um consenso entre idealizadores.

Era um março chuvoso. Não havia asfalto. O Olímpico nascia assim como um simples clube à margem de uma rodovia, distante do centro da cidade. Tinha lama. E depois muito pó. E depois lama, de novo. O começo foi difícil. Que o digam os idealizadores! Que o digam os primeiros diretores eleitos!

 Num terreno com grande desnível, impróprio, cortaram-se três patamares. Concluída a piscina, hoje a única marca dos tempos pioneiros, abriu o Clube a freqüência de um quadro heterogêneo.

A avidez pela venda dos títulos atropelou a coerência. A piscina transbordava de gente, não de água. Em meados de 1969, a indisciplina campeava solta, somando-se à falta de estrutura e à desorganização administrativa. Apesar disso o Clube foi em frente, registrando-se nos anos seguintes um processo de depuração do quadro, como remédio para reparar os efeitos colaterais de mercantilismo, que quase comprometeu a própria história da entidade.

Não foram poucas as vezes que, de uma “penada” só dezenas de títulos foram cancelados. E a cada promoção social, outras dezenas de associados, por comportamento incompatível, eram punidos. Foi assim, com rigor que as circunstâncias exigiam, que aos poucos se articulou a consolidação de um quadro associativo estável, interessado, participativo e representativo.

Mais que o incalculável patrimônio material, erigido nos últimos 25 anos, o que verdadeiramente destaca o Clube hoje é a qualificação em todos os sentidos, dos seus associados.

Das construções e modificações materiais, aqui implantadas ao longo desse quarto de século, não há muito o que falar. Basta olharmos à nossa

volta, relembrando, ainda uma vez, que a única obra que restou do perfil de outrora é a piscina maior. Agora, em vias de inaugurar outra grande obra, com 900m2 de área construída, o Olímpico preenche seus espaços interiores, tornando-se, sem sombra de dúvidas, um dos mais completos conjuntos sócio-esportivos do Estado. Para administrar esse patrimônio, o

Clube tem um orçamento superior ao de muitos municípios paranaenses. Ao contrário do que ocorria nos seus primeiros anos de vida, quando não dispunha sequer de crédito junto ao comércio, hoje o Olímpico é estável financeiramente. Não deve dinheiro. Nem favores. E, de sobra, conta com a admiração da comunidade, com o aplauso dos clubes congêneres e como o prestígio que lhe é conferido por uma galeria de troféus, que marca sua trajetória incomum em torneios esportivos de repercussão nacional, principalmente nas modalidades de natação e handebol.

O perfil do Olímpico de hoje, firme e amadurecido, traçou-se graças à confiança do associado. Essas famílias que aqui freqüentam, esbanjam interesse, visão e luta, qualidades que talvez faltam em muitos homens públicos, a quem as gerações de hoje entregam a missão histórica de interessar-se pela construção das bases do bem comum.

Num tempo de crises, até institucionais, que abalam os sentimentos dos cidadãos, é gratificante ver alguns oásis onde o abatimento, a descrença e a preguiça mental não fazem parte do dia-a-dia. O Clube Olímpico, podemos assegurar, é um desses exemplos excepcionais.

Ao comemorarmos esses 25 anos, felicitamos os homens que lideraram a arrancada fenomenal deste clube, principalmente aqueles que, com destemor, plantaram as sementes, que geraram este bom produto acabado. As diretorias do passado, principalmente às duas mais recentes, que seja creditado o mérito da transformação maior.

Por dever de justiça, externamos, em palavras, nosso carinho aos associados. Não fosse seu espírito participativo e corporativista, sua fibra e contagiante vibração, tudo, isso não existiria. E se existisse, não teria sentido, não teria vida!

No jubileu de prata, o Olímpico quer, ousadamente, deixar lições:

Aos pessimistas, uma lição de otimismo!

Aos incrédulos, uma lição de fé!

Aos omissos, uma lição de trabalho!

Aos fracos, uma lição de força!

Aos fortes, uma lição de humildade!

Foi com essas virtudes que chegamos aos 25 anos. E será com essas mesmas virtudes que a geração atual deverá passar, às futuras, esse patrimônio que não é só de tijolos e concreto, mas sobretudo um patrimônio moral a testemunhar a saga e obstinação de quem construiu o presente, sem deixar de olhar o passado e atento às perspectivas do futuro.

              Muito obrigado.

              Jairo de Moraes Gianoto

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